Caldeirão em ebulição para o regresso dos endiabrados campeões das ilhas a casa. Antes do jogo, Alex Bunbury, o endiabrado Alex do Marítimo, foi homenageado e protagonizou volta olímpica para euforia da Legião verde-rubra. A lenda-viva do Marítimo não susteve as lágrimas. Que amor pelo Marítimo. Obrigado por tudo, eterno 9.

Alex Bunbury, ‘O Alex do Marítimo’, não susteve as lágrimas

Para a recepção ao Estoril Praia, José Gomes promoveu a estreia de Makaridze no “onze”. Também Val Soares, médio brasileiro, ascendeu à titularidade, rendendo o castigado Rafael Brito. Renée Santos formou dupla de centrais com Mosquera. Na frente, Percy Liza e Pablo Morena voltaram a merecer a primazia. Entrada a rugir do Leão do Almirante Reis. Aos 2 minutos, cruzamento da esquerda e Percy Liza chegou ligeiramente atrasado ao segundo poste, com um defesa a desviar para canto. Estava faminto o Maior das Ilhas, empolgado pela presença do melhor marcador da nossa História na I Divisão. Canto executado à maneira curta, Pablo Moreno trabalha e cruza a preceito para o cabeceamento vitorioso de Renée Santos. Goloooooooo do Marítimo no primeiro jogo de Renée Santos nesta segunda passagem pelo Marítimo. Grande erupção no Caldeirão. Entrada com mandíbulas e garras afiadas, como ditam as regras desta casa.

O Marítimo esteve perto de dilatar a vantagem aos 8 minutos. Winck, pela direita, galgou terreno e cruzou para a área, onde apareceu Pablo Moreno a rematar, à meia-volta, por cima. O Estoril riposto. Conta-ataque rápido conduzido pelo 10 do Estoril, bola na esquerda e remate muito por cima da baliza de Makaridze. Aviso amarelo no Caldeirão. Os rapazes do Almirante Reis mantinha, no entanto, o domínio e voltaram a ameçar após livre cobrado pelo homem da braçadeira, Xadas. Ao segundo poste, Mosquera elevou-se e cabeceou para a defesa a dois tempos de Dani Figueira.

Makaridze voou para negar o golo ao Estoril. 29 minutos, canto curto, bola para João Carvalho e remate em arco, ao ângulo superior esquerdo. Que defesa monumental do internacional georgiano. O Marítimo ripostou com um contra-ataque viperino pela esquerda. Léo Pereira contornou o oponente e ofereceu o esférico pé direito de Winck. De primeira, o brasileiro rematou e a bola embateu em Joãozinho, como Capitão a dar o corpo à bala. O Caldeirão ainda reclamou grande penalidade, Manuel Mota aguardou indicação do VAR, mas deu ordem para seguir. 32 minutos de jogo e Manuel Mota a revelar-se critério demasiado largo, com queixas do Marítimo. Winck foi ceifado junto à linha e o juiz nada assinalou. Antes, Makaridze foi abalroado e Manuel Mota nada assinalou. Não pára, mas tem de parar quando há razões ostensivas para isso. O juiz da concedeu 1 minuto de compensação. O Maior das Ilhas chegou ao intervalo na frente.

Alterações ao intervalo no Maior das Ilhas. Vidigal e Beltrame renderam Val Soares e Pablo Moreno. Logo no primeiro minuto da segunda parte, Vidigal sofreu entrada dura de Sliiki. Manuel Mota, bem, exibiu o amarelo. Boa entrada do Marítimo, com o flanco direito particularmente dinâmico. Aos 50 minutos, canto para os verde-rubros. Combinação entre Léo Pereira, Xadas e Beltrame, bola na área, mas a investida foi sustida pelos estorilistas. Insistia o Marítimo pela direita, obrigado o visitante a recuar. Aos 51, Xadas rematou em jeito e a bola parece ter embatido na mão de um defensor. O Caldeirão reclamou grande penalidade, mas Manuel Mota não hesitou e mandou seguir. Logo depois, brilhante trabalho individual de Vítor Costa. O lateral driblou dois adversários e disparou fortíssimo. A bola passou a centímetros do poste esquerdo de Dani Figueira. O Leão do Almirante Reis mantinha a pressão e Beltrame sofreu falta em zona muito perigosa, nas imediações da área amarela. Na conversão, o maestro italiano atirou muito por cima.

A formação da Linha respondeu por Geraldes, sempre o mais buliçoso dos homens que viajaram de Estoril. O 10 sofreu falta de Vidigal, executou o livre, mas o Marítimo afastou. De novo Geraldes no lance seguinte, nova falta. Desta vez foi João Afonso a derrubar o médio estorilista. Manuel Mota admoestou o brasileiro. O livre atemorizou o último reduto maritimista, com sucessivos ressaltos a originarem canto. Bem, no entanto, a defesa insular a rechaçar os intentos da equipa orientada por Nélson Veríssimo.

O árbitro não assinalou falta sobre Beltrame, os jogadores do Marítimo reclamaram e João Afonso viu o segundo amarelo. Expulsão para o médio do Marítimo. O Marítimo estava reduzido a 10 aos 60 minutos. Aos 64, admoestou Percy Liza. Nervos à flor da pele e José Gomes voltou a mexer. Fernando Gomes estreou-se pela equipa de honra do Marítimo. Saiu Xadas e braçadeira passou para Winck. Primeira intervenção de Fernando Gomes e Manuel Mota exibiu o amarelo. Inteligente o jogador do Estoril a atirar-se para o relvado após raspão de Fernando Gomes.

O Estoril, a jogar com mais um elemento, pressionava. Aos 70, tiro a intimidar as hostes verde-rubras. O Caldeirão, tenso, susteve a respiração. 75 minutos, nova substituição no Marítimo. Saiu Percy Liza e entrou o Capitão Edgar Costa. A solidariedade entre os 10 jogadores do Marítimo mantinha o Estoril na linha. Minutos que pareciam uma eternidade.

Dylan Collard estreou-se pela principal equipa do Marítimo. Saiu René Santos, autor do golo maritimista. O relógio já batia nos 90. Manuel Mota concedeu 11 minutos de compensação. O Marítimo das epopeias resiste e nunca verga. E este espírito é corporizado pelo nosso Capitão Edgar Costa. Sofreu lesão e aguentou até ao fim, recuperando bolas e levando a equipa para a frente, como enfatizou José Gomes na conferência de imprensa. É o xavelha, o nosso Capitão é o xavelha.

Parabéns, rapazes. Parabéns, Família verde-rubra. Todos juntos. Pelo Marítimo ao leme da Madeira, até ao fim dos tempos.