O guardião brasileiro foi o convidado de Élvio Faria no ‘Marítimo na TSF’

Paulo Victor tem assumido grande destaque no onze de Vasco Seabra. Fruto de exibições notáveis, o guardião brasileiro – que conta com uma Libertadores no currículo – conquistou o estatuto de indiscutível. No Sábado, frente ao Sporting, os Maritimistas contam com Paulo Victor para a defesa do nosso território num duelo entre Leões.

O guardião do Marítimo foi o convidado de Élvio Faria no programa ‘Marítimo na TSF’. “Feliz na Madeira, com as pessoas, com a educação do madeirense”, Paulo Victor confirma os atributos hospitaleiros do povo madeirense. “A família está adaptada, a minha filha está num colégio. Estou a completar seis meses na Madeira, uma ilha que abraça bastante.” O antigo capitão do Flamengo reconhece que, para um atleta estrangeiro, “ter a família por perto é fundamental para desempenhar o trabalho da melhor maneira possível”. A língua também concorre para facilitar o quotidiano. Pela segunda vez a actuar fora do Brasil, após breve passagem pela Turquia, Paulo Victor sublinha a importância da língua como elo que “reforça a união com o próprio lugar”.

O percurso de “goleiro” brasileiro impressiona. Foram 16 épocas consecutivas no Brasileirão, divididas entre Flamengo e Grémio. Os 35 anos de Paulo Victor não o impedem de continuar em busca de novos objectivos, depois de concretizar tantos. “No Flamengo, decidi que só sairia depois de ser capitão e de completar 200 jogos”. Propósitos claros que o Campeão da Libertadores, pelo Grémio, trouxe na bagagem para a Pérola do Atlântico. “Estou a gostar muito do que tenho visto em Portugal. Chegar ao Marítimo levou quase um mês e meio, mas aconteceu. Estou muito satisfeito”, confessa a última fronteira verde-rubra. Habituado a “brigar por títulos”, Paulo Victor vê no Marítimo essa possibilidade. “Tenho 35 anos e com fome de jogar mais 4 ou 5 anos. Um clube com a grandeza do Marítimo tem de pensar em coisas grandes.”

O compromisso do guardião com o Maior das Ilhas é absoluto. “Foi uma briga muito grande para eu estar aqui e consegui, lutando e querendo crescer cada vez mais para dar alegrias aos adeptos do Marítimo.” E muitas alegrias tem dado, com desempenhos que têm ajudado o Marítimo a subir na tabela. Depois de um início de campeonato pouco auspicioso, a chegada de Vasco Seabra “mudou a chave”. “Por tudo o que já vivi, sei que confiança deste grupo faz com que a gente supere os jogos. Sabemos da nossa qualidade e passamos muita confiança para os nossos companheiros. Contamos muito com o apoio dos adeptos, porque isso faz a diferença dentro de campo.” Agora, vem aí o Sporting, campeão nacional em título. “Sabemos do poderio do Sporting. Respeitamos muito o elenco, com jogadores de selecção. No entanto, o mais importante é o Marítimo.”

O Mundo vive, de novo, um período de tormentas. No leste europeu, o espectro da guerra volta a atirar a Humanidade para outro cenário terrível. “Quando estávamos a começar a ter uma visão mais clara, vem a guerra. Há momentos em que percebemos que o maior problema está no ser-humano.” Palavras sábias de um homem empenhado no Bem. “Teremos sempre erros, mas podemos buscar o Bem. Na política, no desporto, em tudo. Aperfeiçoar, aperfeiçoar sempre. Temos de dar a mão ao próximo, tentando construir algo melhor. Devagar, a gente consegue”. Porque há sempre esperança.

E a esperança, no Caldeirão, é inesgotável.

Amanhã, no Caldeirão, vamos a eles.