«Não nos preocupamos apenas com a campeonite»

Nuno Naré, coordenador do departamento de Futebol Jovem do Club Sport Marítimo, foi um dos convidados de honra das conversas «Quarentena da Bola», que se realizou esta quinta-feira, e onde explicou todo o projecto traçado para a formação verde-rubra.

Ao longo da sessão, dedicada às contingências do futebol de formação nos contexto das ilhas, o dirigente verde-rubro partilhou o palco com Luís Pires (Santa Clara) e apresentou as linhas orientadoras que o Marítimo definiu para os futebol jovem, que ultrapassam, em larga escala, os meros resultados dos jogos.

«O Marítimo é um clube que contempla muitas equipas no seu processo de formação. Para se ter uma ideia temos 53 treinadores alocados apenas à formação e deparámo-nos com diversos problemas ao nível da competitividade dos campeonatos e do próprio recrutamento», começou por explicar Nuno Naré, reforçando que o ideal maritimista vai muito além dos resultados.

«Não nos preocupámos única e exclusivamente com a ‘campeonite’. Não queremos apenas ser campeões e preocupámo-nos em formar jogadores que possam servir o futebol profissional. Face às deficiências ao nível da competitividade, abordamos os jogos como treinos e definimos diversos objectivos para serem cumpridos e que colocam novos problemas aos jogadores», vincou.

Além de toda a estrutura de apoio técnico, Nuno Naré apresentou as infra-estruturas de apoio ao departamento de futebol jovem do Marítimo, e que abrangem desde a vertente científica até às áreas comportamentais.

«Temos o Marítimo LAB, uma componente científica que permite acompanhar e potenciar o jogar. Temos também um gabinete de psicologia e uma socióloga que acompanham todo o o processo. Sabemos que nem todos vão chegar a jogadores de futebol, mas a nossa preocupação é que eles estejam preparados para o futuro e que a escola do Marítimo seja uma referência», sintetizou, explicando, posteriormente, como funcionam os diversos degraus da hierarquia maritmista.

«Uma das discussões que já tivemos internamente é que a II Divisão de Juniores permite-nos tirar rendimento dos jogadores e, ainda assim, lançar alguns sub-19 para o patamar imediatamente acima, ou seja os Sub-23. Por exemplo, na próxima época seis ou sete juniores vão estar, com regularidade, na Liga Revelação e isso permite um amadurecimento mais rápido», rematou.