O AVS foi mais feliz e sai dos Barreiros com os 3 pontos

O Maritimismo subiu ao altar do futebol madeirense para a habitual exaltação do Maior das Ilhas. Grande ambiente no Caldeirão neste regresso do ritual: o dever de ver o Marítimo. Foram 7638 os Maritimistas que rumaram aos Barreiros. A escolta do Leão do Almirante Reis nunca desarma.

Tulipa não introduziu alterações no “onze” que se deslocou à Choupana para arrebatar os três pontos. Na baliza, Salin. No eixo da defesa, Dylan e Matheus Costa, com Igor Julião e Vítor Costa nas laterais. René e Marcos Silva à frente da defesa, Xadas com a batuta, Cann e Lucas Silvas nas pontas de uma lança chamada Platiny. Pela frente, o estreante AVS SAD, liderado por Jorge Costa.

O árbitro da partida, Sérgio Guelho, deu ordem de jogo e foi o AVS a equipa que fez rolar o esférico. Apoio imediato do Caldeirão. Arrepiante a paixão dos devotos verde-rubros. O AVS conquistou a primeira bola parada ainda no primeiro minuto. Livre do lado esquerdo do ataque, bola na área sem perigo para as redes de Salin. O Marítimo foi a primeira equipa a criar relativo perigo. Lucas Silva recuperou, sofreu falta, mas a bola sobrou para Cann que desferiu remate forte, mas à figura do Trigueira. Ficou o amarelo por mostrar ao jogador do AVS. Pouco depois, incursão de Igor Julião pela direita e canto para o Marítimo. Xadas na execução, calafrios na área do AVS e jogo interrompido por falta de Matheus Costa, considerou o juiz.

Nos 10 minutos iniciais, muitas faltas assinaladas contra o Marítimo, o que motivou protestos compreensíveis das bancadas. Aos 11, Xadas recuperou a bola no reduto defensivo do AVS e rematou muito por cima. Aos 18, Lucas invadiu a área pelo flanco esquerdo e serviu Platiny, mas surgiu o corte providencial de um defensor. Aumentava a temperatura do Caldeirão. O AVS retaliu com um tiro exterior, fácil para Salin. Na equipa de Jorge Costa, destaque indelével para retardar a reposição de bola em jogo e uma apetência para cair ao menor contacto.

O Marítimo conquistou novo canto aos 25 minutos, sem perigo para os visitantes. Na insistência, Marcos Silva roubou o esférico e entregou a Lucas. O brasileiro foi derrubado. Livre para Xadas, palmas a compasso no Caldeirão, mas a execução do esquerdino não foi a melhor, levando a bola a sobrevoar a baliza de Trigueira. À passagem da meia-hora, Tulipa mandou Diogo Mendes e João Tavares para aquecimento. Sérgio Guelho tornava-se protagonista. Ignorou duas faltas consecutivas sobre jogadores do Marítimo e deixou o jogo correr quando René ficou com muitas queixas no relvado, após carga. Aos 35, Xadas combinou bem com Igor Julião e, após drible, parece ter sofrido falta. Sérgio Guelho mandou jogar. O primeiro amarelo – que já tardava – surgiu aos 37. Vítor Costa foi abalroado durante o salto. Falta muito dura. Felizmente que Vítor Costa, apesar da queda desamparada, não sofreu sequelas.

O 4º árbitro exibiu a placa de descontos. 2 minutos para jogar. Nesse momento, Xadas, com um cruzamento perfeito, encontrou Platiny solto na área. Golo do Marítimo, mas a bandeirola subiu. Possível fora-de-jogo, expectativa no Caldeirão. Sérgio Guelho aguardou as instruções do VAR. Fora-de-jogo confirmado por 3 cm. Desilusão natural para os Maritimistas.

O jogo foi retomado com o Marítimo em busca da vantagem ainda antes do intervalo, mas o resultado não se alterou. Só houve tempo para Platiny sofrer falta quando partia para o contra-ataque. Outro amarelo para jogadores do AVS.

O Marítimo regressou ao relvado com uma alteração. João Tavares rendeu René Santos. Tulipa procurava maior critério na primeira fase de construção. Entrou pressionante a equipa verde-rubra. Xadas, logo no primeiro minuto, sofreu falta. Amarelo para Clayton. Xadas bateu o livre, mas a bola foi rechaçada pela barreira. Na recarga, João Tavares atirou por cima. Respondeu o AVS com boa circulação, obrigando Marcos Silva a cometer infracção. Primeiro amarelo para a equipa insular.

O Marítimo revelava maior critério na posse. Aos 52, bom envolvimento colectivo, bola nos pés de Cann e tiro fortíssimo que obrigou Trigueira a largar. Aflita, a defesa do AVS conseguiu afastar e evitar a recarga. A aquecer, Fábio China, Diogo Mendes, Xiko Gomes, Tomás Domingos e Joel Tagueu. O AVS assustou Salin com um cabeceamento que levou a bola a passar muito perto do poste esquerdo.

Estavam decorridos 56 minutos. Tulipa chamou Diogo Mendes para o lugar de Marcos Silva. Entretanto, Bruno Marques também iniciou exercícios de aquecimento. Sérgio Guelho continuava a ser permissivo perante cargas de jogadores do AVS. Cann e Diogo Mendes foram ao relvado, mas o árbitro deixou jogar, beneficiando o infractor. Por outro lado, os homens de Jorge Costa persistiam nas quedas provocadas pela aragem. Aos 63 minutos, o AVS marcou. Boa jogada pelo flanco direito, remate rasteiro e vantagem para os forasteiros. Bernardo Martins abriu o marcador.

O AVS voltou a ameaçar. Grande lance individual de Mercado a ultrapassar 3 defesas, mas valeu o corte de João Tavares. Tulipa voltou a mexer. Joel Tagueu rendeu Platiny aos 69 minutos. Jogo ingrato para Platiny, sempre muito obstinado no combate com os centrais. Aos 70, Lucas foi derrubadoquando se aproximava da área. Livre para Xadas, bola ao segundo poste, bem a defesa do AVS a afastar.

Faltavam 15 minutos para os 90 e Tulipa voltou a mexer. Bruno Marques e Tomás Domingos estrearam-se pelo Marítimo. Saíram Lucas Silva e Igor Julião. Aos 79, Xadas surge em boa posição pela direita e, após cruzamento, o defesa do AVS chegou primeiro e cortou para canto. Sérgio Guelho conseguiu ver um pontapé de baliza. Nesta fase, a equipa de Jorge Costa recorria aos habituais ardis para quebrar o ímpeto do Marítimo.

Cann, aos 89, isolou-se como uma flecha pela esquerda e cruzou para o golo que o Marítimo merecia há muito, mas o esférico atravessou toda área sem que aparecesse o toque de Joel. 10 minutos de compensação, o tempo que o Marítimo tinha para, no mínimo, alcançar o empate. Entretanto, Sérgio Guelho voltava a ser protagonista. A vaia do Caldeirão foi estrondosa.

O Caldeirão continuava a acreditar e impulsionava a equipa de Tulipa. Cann sofreu falta e foi provocado pelo jogador do AVS. O árbitro admoestou os dois jogadores. O Marítimo investia, o AVS sacudiu como podia. Trigueira continuava a demorar uma eternidade para repor a bola em jogo, tudo perante a complacência de Sérgio Guelho. No último lance do encontro, Cann cruzou para a área e Joel não conseguiu o desvio. O Marítimo perdeu por 1-0.