O presidente do Marítimo da Madeira, Carlos Pereira, criticou, esta sexta-feira, o procedimento adoptado nos últimos dias que culminou com a anúncio do regresso da Liga NOS no final do mês de Maio e o cancelamento da Liga Pro.
Para o líder verde-rubro é completamente inaceitável que uma decisão desta amplitude seja tomada nas costas dos clubes, realçando que o Conselho de Presidentes não mandatou ninguém para discutir planos que nem sequer foram aprovados.
«Vou considerar que todos eles foram traidores naquela reunião com o primeiro-ministro. Vou considerar mesmo que o primeiro-ministro foi enganado, e não merecia ser enganado. Nas costas dos clubes, foi apresentado um plano de que só talvez alguns sabiam», sublinhou o presidente Carlos Pereira, em declaração à RR, estranhando a disparidade de conceitos aplicados a espetáculos semelhantes.
«Se o primeiro-ministro diz que a vida dos portugueses volta à normalidade, então é normalidade. Também não consigo perceber como é que o teatro pode ter espectadores e como é que o futebol, com estádios tão grandes, não pode ter 33% da sua ocupação. Por um lado, tenho de aplaudir o regresso [da I Liga], porque era aquilo que todos desejávamos. Por outro lado, dizer que é uma vergonha nas condições em que está a pensar ser recomeçado».
Carlos Pereira não aceita o cancelamento anunciado para a II Liga, um campeonato que, à semelhança da Liga NOS, tem estatuto de profissional, mas que, segundo os responsáveis governamentais, não tem condições para regressar.
«É outra vergonha. Se há condições para o futebol regressar, então, temos condições para todos regressarem, e da forma como mandam os regulamentos da Liga. Em campeonato regular, ou seja, um jogo em casa um jogo fora», rematou.