Minutos iniciais foram fatais para as ambições verde-rubras

O Marítimo subiu até ao Minho para enfrentar o FC Vizela, em jogo da 16ª jornada da Liga Portugal BWIN. Romaria verde-rubra, com perto de uma centena de peregrinos maritimistas numa nova demonstração de devoção pelo Leão do Almirante Reis. Depois da brilhante vitória alcançada na pretérita jornada, num Caldeirão em ebulição, José Gomes manteve a estrutura do “onze”, à excepção do homem mais avançado. Percy Liza cedeu o seu lugar a Chucho, o homem que, em Paços de Ferreira, assinou o golo da vitória. Palavra de imenso apreço para o anfitrião, ao ceder lugares cobertos para a Legião insular. Obrigado, Vizela. O Futebol é um espectáculo quando o vivemos assim.

Xadas capitaneou o Leão do Almirante Reis pela segunda vez consecutiva. Bem audíveis os adeptos do Marítimo ainda antes de soar o apito inicial de Manuel Oliveira. Entrada forte do Vizela. O anfitrião marcou logo aos 3 minutos. Incursão pela esquerda, cruzamento para a área e Osmajic antecipou-se a Matheus Costa para o desvio. Bola ao centro e novo golo do Vizela. Terrível início para o Marítimo. Bisou Osmajic.

O Marítimo procurava reagir e conquistou o primeiro canto aos 7 minutos, mas sem perigo para as redes locais. O Vizela esteve perto do terceiro. Demasiados erros na primeira fase de construção, pressão vizelense e jogador da casa isolado perante Marcelo Carné. O brasileiro foi “paredão” e impediu novo festejo azul. Venenosa a equipa de Tulipa no contra-ataque.

Entrada em falso do Marítimo que acabou por estabilizar, mas foi o Vizela a ameaçar outra vez. Após duelo aéreo, a bola sobrou para Bondoso. Sem marcação, tentou colocar no poste mais afastado, obrigando Carné a nova interveção. 17 minutos e muitos sobressaltos. Léo Pereira, pela esquerda, revelava-se o mais dinâmico homem da frente. Aos 19, boa circulação de bola por parte da equipa minhota, com João Afonso a ser forçado a cometer falta. A pressão do Vizela sobre o portador da bola continuava a dar frutos. Com 25 minutos, o Marítimo apresentava uma percentagem de posse – 68% – que contrastava com o pragmatismo vizelense.

Léo Pereira ficou no relvado, com muitas queixas, aos 26 minutos. Numa saída para o contra-ataque, o defesa vizelense chegou primeiro à bola, mas acabou por atingir o extremo brasileiro. Tudo bem, no entanto, com o jogador verde-rubro. Entretanto, Beltrame realizava exercícios de aquecimento. Não obstante os golpes precoces sofridos pelo Marítimo, os peregrinos insulares mantinham bem elevados os decibéis.

Winck sofreu falta dura aos 40 minutos. O lateral “picou” sobre o adversário e foi ceifado quando já havia conquistado a linha de fundo. Amarelo e livre para Xadas. Bem puxado ao segundo poste, surgiu o desvio para canto de Bondoso. O Marítimo carregava e Léo Pereira sofreu nova falta. Canto mais curto para o Leão das Ilhas. A equipa de José Gomes procurava reduzir antes do intervalo, mas a defesa vizelense rechaçava as investidas. Winck, aos 42 minutos, foi admoestado após falta junto à linha intermédia.

O intervalo aproximava-se com a vantagem do Vizela, fruto de uma entrada que foi capaz de desmontar o último reduto insular. Manuel Oliveira concedeu 3 minutos de compensação. Rafael Brito viu o amarelo no último minuto da compensação, ao travar o adversário à saída da área local. Critério uniforme de Manuel Oliveira. Pouco depois, fim da primeira parte. O Marítimo regressava aos balneários a perder por 0-2.

Stefano Beltrame foi chamado a jogo. Saiu João Afonso. Xadas esteve na iminência de reduzir logo na primeira investida. Cruzamento largo de Vítor Costa, a bola sobra para o Capitão que atira a contar, mas um defesa vizelense afastou, com o calcanhar, quando a bola já se encaminhava para as redes. Papéis invertidos em relação à etapa inaugural, com o Marítimo a ameaçar o guardião Buntic. Respondeu, no entanto, o Vizela. Osmajic ganhou o duelo com Matheus Costa e sofreu falta, já muito perto da área. Amarelo para o central brasileiro, livre perigoso para os minhotos. O Vizela marcou o livre, mas Manuel Oliveira interrompeu para rever o lance. Vermelho para Matheus Costa. Golpe duríssimo para o Marítimo. Nova conversão do livre, desta vez com o Marítimo reduzido a 10. Grande defesa de Marcelo Carné e canto para o Vizela.

Em inferioridade, o Marítimo mantinha a ambição de reduzir a desvantagem. Winck, lançado pela direita, cruzou a preceito para o coração da área minhota, mas a defesa local antecipou-se a Chucho e afastou. Jogo quezilento nesta fase, altura em que Renee Santos regressou à competição pelo Leão do Almirante Reis. Saiu Léo Pereira. José Gomes ajustava a estrutura após a expulsão de Matheus Costa. O Marítimo tentava pressionar na primeira fase de construção adversária, mas havia espaço nas costas e o Vizela aproveitou para atormentar Carné. O remate de Guzzo saiu ligeiramente por cima da barra. 60 minutos de jogo, tarefa hercúlea para o Leão insular. Com espaço, Samu tentou alvejar as redes madeirense. Valeu o corte de Vítor Costa para canto. Muita solidariedade perante tantas contrariedades.

Val Soares, o reforço brasileiro em estreia nos convocados, iniciou exercícios de aquecimento numa altura em que Carné revelou, de novo, predicados. Remate de longe e o guardião, seguro, a agarrar. Percy Liza juntou-se a Val Soares no aquecimento. Pouco depois, dupla substituição. Entraram Liza e Val Soares, saíram Rafael Brito e Chucho. Osmajic continuava em grande. Remate à malha lateral. O Marítimo arriscava tudo e o Vizela desfrutava dos espaços na profundidade.

Liza, aos 71, merecia a felicidade. Grande pormenor do peruano a trocar as voltas aos dois centrais, antes de atirar, forte e em jeito. O esférico passou a centímetros do ângulo superior esquerdo de Buntic, estático perante o tiro do jovem internacional peruano. O Marítimo não reduziu, o Vizela matou o jogo. 74 minutos, canto e golo de Anderson, a desviar após o esférico cruzar toda a área de Carné.

José Gomes voltou a mexer. Xadas foi rendido por Kanu. Com 10 minutos até aos 90, a missão do Marítimo tornava-se cada vez mais espinhosa. Mosquera, aos 83, rematou à meia-volta, mas o tiro saiu por cima. Demasiadas adversidades, mas a equipa demonstrava espírito de luta. Confortável, num dia em que tudo saiu bem ao Vizela – e com todo o mérito -, os locais acercavam-se das redes insulares com perigo. Carné, aos 90, rejeitou o quarto golo minhoto.

Manuel Oliveira concedeu 3 minutos de compensação. Derrota do Marítimo para natural angústia dos peregrinos verde-rubros que rumaram a Vizela. Obrigado pelo vosso apoio. Continuamos juntos, Legião.