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Mensagem do Presidente Carlos André Gomes

A todos os sócios, representantes das nossas delegações, ex-atletas, atletas, funcionários, representantes dos nossos grupos de adeptos, patrocinadores e público em geral, muito boa tarde, sejam bem-vindos a esta cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais do Club Sport Marítimo.

O entusiasmo próprio de uma vitória não deve ensombrar ou fazer esquecer a situação grave em que o Marítimo se encontra. 113 anos depois da sua fundação, o Club Sport Marítimo, atravessa uma das maiores crises da sua história. Uma crise desportiva que traz consigo uma crise financeira, cujas proporções serão conhecidas no devido tempo, e que em conjunto proporcionam uma instabilidade muito grande em toda a Instituição.

Esta candidatura pautou-se sempre pela integridade, pelo respeito, pela transparência e credibilidade e serão esses princípios que estarão sempre presentes na nossa ação. Não nos desviamos da defesa dos interesses de uma Instituição que é sempre maior do que os seus dirigentes e que tem no seu capital humano o seu maior património.

A Excelência desse capital humano que dia após dia é fator de diferenciação e não de pressão da nossa coletividade, representado por todos os sócios, simpatizantes e adeptos, que nos exige o melhor em cada um dos momentos da nossa atuação, que nos inspira a ser melhores no dia a dia, que nos obriga a ser competentes e que nos fará, com toda a certeza, crescer e tornar maior quem já de si é muito grande, o nosso Club Sport Marítimo.

Muitos atuam ou por inspiração ou porque pretendem inspirar. Eu tenho a honra e o privilégio de atuar por ambos os motivos: inspirado pelo meu pai e pela sua paixão por esta instituição e para inspirar os meus filhos, a nossa Região e o nosso clube, através dos seus atletas, sócios, colaboradores e todos aqueles que estão direta ou indiretamente ligados ao Marítimo.

O Marítimo está nas nossas comunidades espalhadas pelo mundo, nos estudantes que vão à procura dos seus sonhos, muitos deles antigos atletas desta instituição. Está nas maiores reuniões de portugueses pelo mundo, no topo das razões de encontro de toda uma diáspora que através do Marítimo, se organiza, reúne e se sente em casa e mais próxima de casa. Nem que seja pelo tempo que dura uma competição, de Andebol, Futebol ou Hóquei em Patins.

Não tenhamos dúvidas. O Club Sport Marítimo é o maior embaixador da Madeira. Onde está o Marítimo, está a Madeira e está a Autonomia conquistada por um Povo Insular que um dia ousou ser diferente.

Por tudo isto, o Marítimo e a Região Autónoma da Madeira são indissociáveis. A história de um funde-se na história do outro. O peso, a marca, a representatividade regional e além-mar, a saudade que está sempre presente na nossa Diáspora, o nosso papel social e institucional, justificam um trabalho de parceria e proximidade, de complementaridade entre entidades governativas e o clube. Os poderes políticos e executivos têm de estar de mãos dadas com uma entidade que orienta e catapulta a região e a sua população.

Temos um papel social que extravasa e complementa o papel governativo o que só por si justifica que não sejamos vistos apenas como entidade credora de apoios públicos, mas sim como entidade fundamental em papéis sociais como educação e formação.

A presença da Liga Portuguesa de Futebol Profissional na tomada de posse é também ela, o reconhecimento da importância da continuidade territorial e do papel dos clubes nas Regiões Autónomas. Não podemos sentir animosidades regionais nem implícitas motivações para uma concentração do desporto rei no território continental, excluindo as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

Não queremos nem pedimos tratamentos de exceção, apenas respeito e justiça pelo esforço e trabalho de comunidades que pretendem elevar a dimensão nacional e representatividade da modalidade além-fronteiras.

O trabalho sério, rigoroso e de excelência impõe-se dentro de portas – esse é o nosso compromisso e exigência para connosco -, mas não pode ser condicionado por amadorismos nem por atuações pouco cuidadas, nomeadamente no campo das arbitragens, razão pela qual se apela a um olhar atento sobre os últimos acontecimentos no plano desportivo. A história do Marítimo é grande e não pode ser manchada por atuações pequenas. Exigimos o respeito, seriedade e disponibilidade tidos para com os nossos adversários. Situações como as verificadas no passado fim de semana, aquando do último jogo da equipa principal, não serão toleradas, nem aceites. Seremos defensores ativos da verdade desportiva.

Por último, este desafio só será exequível com o apoio de todos: equipa diretiva, antigos dirigentes, sócios, atletas, ex-atletas, delegações, grupos de adeptos, comunidade, colaboradores, governo, entidades federativas, liga, comunicação social, simpatizantes, TODOS. Este é o esforço de uma Região e de uma comunidade, que não se verga, e que faz da adversidade a mola que impulsiona o se progresso, que não desiste mostrando desta forma a resiliência de um povo que sabe lutar e cuja lealdade é o seu lema.

O Marítimo que pretendemos projetar para futuro, não se compadece com questiúnculas ou problemas artificiais. O tempo urge. Na recuperação do tempo e terreno perdidos para os rivais. O Marítimo do século XXI, nascido numa Ilha Maravilha, quer-se profissional, eficiente, focado, atento e dinâmico aos fenómenos globais.

Um Marítimo que vire a página e se reconcilie com o todo o seu passado e faça dele a força da experiência para mudar o que precisa de ser mudado.

Um Marítimo com orgulho e altivez, próprios de quem, além-mar, lutou derrubando barreiras sentando-se à cabeceira do desporto português. Tal como no passado, hoje não é diferente.

Por último, uma palavra de agradecimento a quem agora sai e contem sempre connosco na defesa da nossa Instituição, da nossa Região e acima de tudo em honra da nossa história.

VIVA o Marítimo!

 

 

O Presidente do Club Sport Marítimo,

Carlos André Gomes