José Carlos Pereira, presidente do Marítimo da Madeira, foi o convidado de honra da edição desta quarta-feira do programa «Interesse Público» da RTP-Madeira, cujo tema central foi o regresso do principal escalão do futebol português após a suspensão decretada em virtude da pandemia COVID-19.
A conversa juntou o líder verde-rubro e Rui Cordeiro, presidente do Santa Clara dos Açores e ambos concordaram é que urgente uma definição relativamente aos moldes em que a competição será disputada.
«Se estão todos os estádio licenciados o que é que preciso para jogar? Nós precisamos de saber o que é preciso para mudarmos de armas e bagagens para outro lado. O próprio primeiro-ministro disse que não sabia [se o futebol vai voltar]. A Direção Geral de Saúde tem dúvidas. Ainda não sabemos e eu ainda tenho muitas dúvidas», começou por dizer José Carlos Pereira, reforçando que o Estádio do Marítimo é, reconhecido por todos, como uma infra-estrutura que garante todas as condições de segurança.
«É mais difícil ir de Faro a Braga do que do Porto ou de Lisboa à Madeira ou aos Açores. [A quarentena obrigatória] É o único problema. O Marítimo, com as condições que tem, não aceita [jogar fora] e acha que é perfeitamente possível jogar no Funchal. Se assim não for, que vai ser responsabilizado pelos custos adicionais», questionou o José Carlos Pereira, que esta ano assinala 23 anos à frente dos destinos do Marítimo.
Noutro âmbito, o presidente verde-rubro antevê que a criação da III Liga seja uma porta escancarada para a importação de jogadores provenientes de outras latitudes, e confirmou as boas relações que mantém com o Governo Regional.
«A nossa relação com o Governo Regional sempre foi excelente, apesar de, ao longo do tempo, se ter verificado um decréscimo no apoio, em virtude daquilo que são os orçamentos da Região. Nós temos de perceber que o Governo tomou posse, atrasou o orçamento, tivemos de esperar, mas tudo isto tem por base a relação de confiança que mantemos», sublinhou.
Carlos Pereira confirmou ainda que, apesar de toda a indefinição devido à pandemia COVID-19, a máquina verde-rubra está já a preparar a próxima época, rejeitando a ideia de que será difícil encontrar mais-valias para reforçar a equipa.
«Todos nós estamos já a preparar o futuro. É um processo contínuo e todos os fins-de-semana, quando vamos jogar fora, procuramos bons exemplos nos nossos adversários. Hoje todos os clubes têm um departamento de scouting com uma bola de valores. O Mundo está parado, por isso é normal que surjam oportunidades noutros mercados que, antes, não seriam possíveis de concretizar», rematou.
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