O Marítimo dispôs de 3 oportunidades flagrantes na primeira-parte, mas os anfitriões foram letais.

O Marítimo estreou–se na edição 2022/2023 da I Liga no Estádio do Dragão. Frente ao Campeão Nacional em título, Vasco Seabra apresentou um ‘onze’ que constituiu a base da época anterior. Estabilidade e serenidade como premissas. Com os 4 reforços convocados no banco, o Marítimo subiu ao relvado com Miguel Silva na baliza, guardião que havia terminado a temporada passada como titular. Capitaneados por Zainadine, o moçambicano teve a companhia do central goleador Matheus Costa. Com Winck à direita e Leo Andrade à esquerda, Diogo Mendes surgiu à frente dos centrais. Mais adiantados, o maestro italiano Beltrame e Miguel Sousa. Nas alas, Vidigal à esquerda e Xadas no flanco oposto. Entre os centrais portistas, Joel. Ao leme da Madeira desde 1910, os verde-rubros exibiam, na frente da camisola, o nome da terra-mãe.

O Marítimo esteve perto de um golo antológico logo aos 3 minutos. Leo Andrade conquistou a  bola, flectiu para o centro e entregou a Xadas. O esquerdino protagonizou diagonal para o centro e desferiu poderoso tiro. A bola roçou a barra de Diogo Costa. Entrada de Leão personalizado, a trocar a bola com critério. Aos 7 minutos, incursão de Winck pela direita originou o primeiro canto. Na sequência, e após insistência, Beltrame cruzou rasteiro para novo corte. Segundo canto para o Maior das Ilhas. Logo depois, o Marítimo voltou a aproximar-se do golo. Marcano procurou atrasar para o seu guarda-redes, mas Joel foi sagaz a interpretar as intenções do espanhol. Mais rápido, Joel chegou primeiro e desviou para a baliza. Eficaz a mancha de Diogo Costa. Terceiro canto para o Marítimo. Dragão em sentido.

Golpe duro aos 12 minutos. A defesa verde-rubra estava a sair com precisão, mas Winck dominou mal e viu Zaidu roubar o esférico. Com a última linha do Marítimo descompensada, Taremi apareceu na cara de Miguel Silva e não perdoou. Reagiram de imediato os madeirenses, desta vez com Beltrame a atirar, com o pé esquerdo, um pouco ao lado do poste direito. O FC Porto estava na frente contra a corrente do jogo, mas erros pagam-se caro contra adversários deste calibre.

O golo de Taremi trouxe maior confiança a uma equipa que estava a ser amordaçada pelo Marítimo. Com linhas mais subidas, a pressão azul-branca tornava-se mais eficaz. A caminho dos 20 minutos, a insistência do anifitrião causou novos estragos. Evanilson fez o golo, mas foi anulado por fora de jogo. Alívio para os insulares.

A equipa de Seabra reequilibrou-se e rechaçou aquela pressão muito forte dos dragões. Aos 26 minutos, primeiro amarelo da Liga para o Marítimo. Joel foi admoestado após toque em Pepe. Pena que Hélder Malheiro não viu a carga de Pepe sobre Joel, minutos antes. Segue o jogo. Aos 32 minutos, notável trabalho defensivo de Vidigal a proporcionar saída para o contra-ataque com rigor. Bola no flanco direito em Xadas, com o esquerdino a tirar um cruzamento perfeito para Joel. O camaronês ganhou nas alturas e cabeceou para o empate. Diogo Costa fez a defesa da noite, até àquele momento. O Marítimo merecia o empate, mas foi o Porto a dilatar a vantagem. Evanilson assinou o segundo golo após assistência de João Mário. O terceiro golo chegou logo depois. Na fase de construção, Beltrame falhou o passe, a bola chegou a Taremi que não perdoou, mesmo após uma primeira defesa de Miguel Silva. Dois erros defensivos graves que ofereciam aos donos da casa uma vantagem ampla e manchavam uma exibição que o resultado não reflectia. Tempo de descanso com o Marítimo a perder por 0-3.

Os verde-rubros voltaram para a segunda-parte sem alterações. Primeiro alerta de perigo para os anfitriões. Novo erro defensivo na saída, pressão forte do Porto e Evanilson, isolado, errou o alvo. Menos intensa do que os 45 minutos iniciais, o Porto manteve o domínio, com o Marítimo a não conseguir ligar sectores na criação de ataques. Mérito para a ocupação territorial do adversário. Aos 60 minutos, Seabra mexeu. Estreia para Lucho Vega pelo Marítimo em jogos da I Liga.

Aos 65, brilhante trabalho de Vidigal na esquerda. O extremo trocou as voltas ao lateral portista, cruzou para Miguel Sousa que dominou de peito, posicionou-se para o remate, mas o tiro com o pé esquerdo saiu a rasar o poste. De novo perto de um golo mais do que justificado. Na resposta, marcou o Porto. Lançamento lateral longo, ressaltos, Zainadine no chão, insistência portista e Marcano a desviar para o golo. Cruel sina de quem não marca.

Vasco Seabra voltou a introduzir alterações na equipa. Aos 72 minutos, os Madeirenses Edgar Costa e André Teles renderam Diogo Mendes e Beltrame. Meio-campo insular refrescado, mas o Porto continuava em alta voltagem. Aos 76 minutos, cruzamento da direita para cabeceamemto letal de Toni Martinez.

Chucho Ramírez e Pablo Moreno, os mais recentes reforços verde-rubros, foram lançados para os derradeiros 10 minutos. Miguel Sousa e Joel Tagueu foram rendidos. Aos 87 minutos, chegou o golo que o Marítimo merecia quando o jogo ainda estava empatado a zeros. Livre de Edgar Costa, muita luta na área com a bola a sobrar para Winck. Um golo que atenua a amargura de uma equipa cuja exibição na primeira parte, com três ocasiões soberanas, justificava a felicidade que não nos acompanhou.

No dia 15 de Agosto, no Caldeirão, a Família verde-rubra estará junta para apoiar o nosso Marítimo frente ao Chaves. Vamos a eles.