Miguel Rodrigues, “homem forte da secção de ciclismo” do Club Sport Marítimo, foi o convidado de Élvio Faria no programa ‘Marítimo na TSF’. Maritimista desde o berço, Miguel Rodrigues herdou essa paixão do avô e do pai, recordando com nostalgia as muitas tardes de infância num Caldeirão que fervilhava. Hoje, Miguel é pai e assume essa espécie de missão que é transmitir à descendência o que distingue o Maritimismo.
Responsável pelo Ciclismo do Marítimo, Miguel Rodrigues reconhece o orgulho que sente, enquanto Maritimista, por “levar o Marítimo à casa das pessoas. As pessoas não precisam de sair de casa para poderem ver a prova. Quando a nossa camisola passa à porta das pessoas, é bonito de ver, em qualquer parte da ilha, que há sempre alguém que gosta do Marítimo e fica feliz ao ver as nossas cores.”
Entre os dias 19 e 20 de Fevereiro, a prova de Enduro do Club Sport Marítimo cumpre a sua 6ª edição. Depois de dois anos com adaptações forçadas pela pandemia, a prova recupera, este ano, o seu formato pleno. Entre as serras do Funchal e de Santa Cruz, a prova arranca e termina no Abrigo do Poiso. “A prova é semelhante a um rali. São quatro classificativas. O atleta é autónomo durante o percurso, com dois abastecimentos. Em relação ao material, tem de transportar tudo consigo para fazer face a alguma avaria na bicicleta. Há horas definidas para entrar nos trilhos e um período para fazer a ligação entre trilhos. Sempre a pedalar. Não há outro transporte.”
Há um ano, a prova de Enduro organizada pelo Marítimo registou 85 participantes, “a competição com mais atletas de toda a Taça da Madeira. Ao longo dos últimos 3 anos, fomos sempre a prova com mais participantes”, o que suscita a legítima satisfação de Miguel Rodrigues. “Alguma coisa estamos a fazer bem”, sorri, sem esquecer os patrocinadores que tornam possível a realização de um evento cada vez mais acarinhado.
O enduro “apareceu na Madeira em 2014 através de um grupo de entusiastas que começou a pensar em fazer coisas diferentes. Posso dizer que, hoje, é na Madeira que se realizam as melhores provas de enduro nacionais.” Explicando o conceito subjacente a esta variante do ciclismo – e também no motociclismo -, “o enduro é uma maneira livre de se deslocar nas serras sem recurso a outro meio de transporte. Sempre a pedalar”, enfatiza Miguel. A 6º edição terá 25 quilómetros, no total, com cerca de 12 quilómetros em provas especiais de classificação (PEC).
A preparação da prova exige um esforço voluntário de muitos que contribuem para o sucesso da prova organizada pelo Marítimo, incluindo todos os atletas que pedalam pelo Maior das Ilhas. Nas serras, é preciso “arranjar” os trilhos. Todos os anos, os voluntários seguem para o terreno com o intento de garantir a manutenção e/ou recuperação dos roteiros. “Ainda no sábado, estivemos a arranjar um trilho de três quilómetros, de cima a baixo. Foram cerca de 5 horas, mas é um trabalho de que nós gostamos e é bsolutamente necessário para uma prova desta envergadura.” Na logística, Miguel Rodrigues prefere assumir grande parte da responsabilidade. “Se correr mal, sei que fui eu quem falhou e assumo a culpa. Se correr bem, também gosto de receber os louros”. A equipa que rodeia Miguel, na logística, é pequena e da sua inteira confiança.
A máquina está oleada, fruto da experiência acumulada ao longo destes anos. A afluência de espectadores tem sido cada vez maior. “Há um ano, estavam cerca de 100 pessoas a assistir a um trilho em específico. Eu próprio contei. É muito gratificante”, celebra Miguel Rodrigues, também ele ciclista. A promoção da prova também depende muito das redes sociais. Na página de Facebook ‘Enduro Club Sport Marítimo’ – https://www.facebook.com/CSMEnduro -, poderá encontrar todas as informações sobre a melhor prova de Enduro da Madeira.