O Marítimo saiu derrotado do embate frente ao Gil Vicente. Navarro bisou e deu a volta ao marcador, depois do golo inaugural de Leo Andrade.

O Marítimo recebeu o Gil Vicente FC num Caldeirão a fumegar esperança. Estreia para o Mister João Henriques no banco do Marítimo, treinador que apresentou um “onze” com Moisés Mosquera e Leo Andrade no eixo da defesa, com Winck à direita e Vítor Costa na esquerda. No meio, Diogo Mendes na posição 6, atrás do Capitão Edgar Costa e de Sonora. Nas alas, Zarzana pela esquerda e Xadas no flanco oposto. Na frente, Joel Tagueu. Muita emoção e expectativa entre as hostes verde-rubras para o duelo da 6ª jornada, frente aos homens de Barcelos, comandados pelo madeirense Ivo Vieira. Pedro Proença, Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, veio até à Madeira para assistir ao jogo.

Entrada com raça do Marítimo na disputa de todas as bolas. Primeiro canto para o Marítimo à passagem dos 7 minutos. A defesa gilista, na sequência, cedeu novo canto, sempre com Xadas na execução. O Gil afastava, mas os verde-rubros insistiam com a recuperação da segunda bola, numa  pressão que mantinha o “galo” remetido ao seu meio-campo defensivo. Muito activo Zarzana na esquerda, com Sonora a comandar as operações a meio-campo. Foi o 8 do Marítimo quem trocou as voltas ao defesa gilista, no flanco direito, antes de cruzar para a área. Joel elevou-se bem, mas cabeceou por cima. Nas bancadas e no campo, o Leão rugia. Continuava o Marítimo a mostrar as garras. Edgar tirou um cruzamento perfeito para o segundo poste, onde aparece Mosquera a cabecear como ditam as regras, mas a bola saiu ao lado do poste direito de Andrew.

O Marítimo esteve perto do golo aos 15 minutos. Brilhante passe de Edgar Costa a rasgar toda a defesa de Barcelos, com Xadas, numa diagonal, a isolar-se. Perante a saída do guardião, Xadas contornou-o, mas perdeu ângulo e, perante a baliza deserta, o esférico saiu ao lado. Faiscava o Caldeirão na expectativa da primeira erupção.

Ameaçou o Gil Vicente aos 22 minutos. Falta cobrada desde o flanco direito, surgindo o cabeceamento que assustou Miguel Silva. De novo o Gil, desta vez pela esquerda. Mosquera falhou a intercepção, mas Miguel Silva opôs-se bem, cedendo canto. Nesta fase, o visitante procurava estabilizar o seu jogo, respirando melhor após 20 minutos acossados pelo Leão do Almirante Reis. O Marítimo voltava a carregar pela direita. Winck combinou com Sonora e o jogador nascido em Dallas cruzou com veneno, ao primeiro poste, mas apareceu o corte para canto. Na sequência, e após nova combinação, Leo Andrade quase fez irromper a lava do Caldeirão. Leo só adiou a festa. Novo canto, bola disputada nas alturas e Leo esticou as redes do Gil. É golo do Marítimo, é golo da Madeira.

O Marítimo mantinha a pressão em busca do segundo golo. Sonora, Edgar Costa e Diogo Mendes limpavam o miolo e distribuíam para as alas, com Zarzana em evidência. No entanto, os homens de Barcelos estiveram perto do empate após canto. Nas alturas, Navarro atirou à barra de Miguel Silva. Aos 40 minutos, grande defesa de Miguel Silva depois de uma incursão, pela direita, do Gil Vicente. O árbitro da partida, Miguel Nogueira, concedeu dois minutos de tempo suplementar, sem alterações no marcador.

O Leão do Almirante Reis voltou ao relvado com uma alteração. Xadas cedeu o seu lugar a Clésio Baúque, a estreia do internacional moçambicano nesta edição da Liga Portugal Bwin. O Gil Vicente empatou aos 47 minutos. Jogada pelo lado esquerdo, Fujimoto cruzou e Navarro repôs a igualdade. Navarro, aos 51, voltou a atemorizar o último reduto do Leão, mas valeu a palmada de Miguel Silva para canto. Aos 56, Navarro dispôs de oportunidade para bisar, mas rematou ao lado. De imediato, João Henriques mexeu. Saiu Sonora e entrou Rafael Brito.

Aos 58 minutos, Clésio isolou-se pela direita, Joel rematou à queima roupa contra um defensor gilista e o Caldeirão pediu grande penalidade. Na recarga, o mesmo Joel voltou a disparar, mas a bola embateu no poste de Andrew. Canto para o Marítimo por Edgar Costa e Mosquera a saltar mais alto para um cabeceamento que passou a rasar o poste direito. João Henriques, à entrada dos últimos 20 minutos, procedeu a duas novas alterações. João Afonso e Lucho Vega entraram para os lugares de Diogo Mendes e de Edgar Costa. Aos 73 minutos, Lucho disparou um míssil, mas Andrew protagonizou a defesa da tarde. Pouco depois, Fábio China substituiu Zarzana. O Gil tinha mais bola, mas os jogadores Maritimistas lutavam até à exaustão, não obstante a evidente quebra física que o próprio mister João Henriques, nas declarações pós-jogo, reconheceu. E foi o Gil Vicente quem marcou o golo que sentenciou a partida. Pontapé de canto, a bola sobra para Navarro que encosta perante a mancha de Miguel Silva. O golo abalou, naturalmente, o Marítimo, mas a equipa continuou a remar contra a maré. O jogo terminou com os verde-rubros em busca, no mínimo, do empate. Não aconteceu.

Após o apito final de Manuel Nogueira, os jogadores e equipa técnica reuniram-se em roda, no centro do terreno. União e crença na superação. Notável o apoio dos adeptos, não obstante a frustração. Nos topos sul e norte, os Templários e os Fanatics continuaram a entoar cânticos de incentivo. Obrigado, Maritimistas. Convosco ao lado dos nossos rapazes, vamos superar as adversidades.