Face às – graves, falsas, lesivas e suscetíveis de constituir um ilícito criminal – declarações do ex-Administrador e accionista, Dr. Gonçalo Henriques, reproduzidas, com total ausência de contraditório, na edição de hoje do JM Madeira, o Conselho da Administração da Marítimo da Madeira Futebol, SAD entende serem devidos os seguintes esclarecimentos:

  • Na data de 30/06/2021, na qual o Dr. Gonçalo Henriques integrava o Conselho de Administração, os fundos disponíveis em caixa e contas bancárias eram, efetivamente, no valor de 15,1 milhões de euros;
  • Sucede que, na data de 04/11/2021, na qual o Dr. Gonçalo Henriques e os restantes membros do respectivo Conselho de Administração cessaram funções, e os novos (e, em parte, actuais) membros tomaram posse, o valor disponível já era “apenas” de 8 milhões de euros.
  • Na verdade, entre a data de 22/10/2021 (ou seja, das eleições para o Club Sport Marítimo) e a data de 03/11/2021, o Conselho de Administração do qual o Dr. Gonçalo Henriques fez parte “espatifou” os seguintes valores:
  • 5,7 milhões de euros, referentes ao valor em dívida no âmbito da – vetusta – empreitada de construção do Complexo Desportivo de Santo António, que, recorde-se, é propriedade de uma empresa detida por pessoa relacionada com membros do Conselho de Administração que o Dr. Gonçalo Henriques integrou;
  • 1,4 milhões de euros, referentes ao pagamento de dívidas, vencidas e não vencidas, a fornecedores,

Assim, tendo sido “espatifados”, em menos de 15 dias, 7,1 milhões de euros.

  • Acresce que, o Conselho de Administração que tomou posse na data de 04/11/2021 regularizou várias dívidas que foram deixadas pela Administração cessante, tendo sido forçado a “espatifar” os seguintes valores:
  • 3 milhões de euros, referentes ao valor em dívida no âmbito da empreitada de construção do Estádio dos Barreiros;
  • 300 mil euros, referentes ao valor em dívida a título de honorários de Advogados;
  • 150 mil euros, referentes ao valor em dívida no âmbito da – imemorial – transferência do ex-jogador Rafael Miranda; e,
  • 300 mil euros, referentes ao valor em dívida no âmbito dos prémios de manutenção respeitantes à temporada de 2020/2021

Assim tendo “espatifado”, por conta de dívidas deixadas pela Administração da qual o Dr. Gonçalo Henriques fez parte, mais 3,75 milhões de euros. 

  • Desta forma, e como o Dr. Gonçalo Henriques bem sabe, ou devia saber, descontados os valores pagos e comprometidos pelo Conselho de Administração do qual o mesmo fez parte, o valor que as Administrações que se seguiram tinham para (e podiam) “espatifar” correspondia, na verdade, a 4,2 milhões de euros.
  • O que significa que, considerando que os valores em caixa na data de 30/06/2023 correspondiam 2,3 milhões de euros, na verdade e na prática, as Administrações que sucederam à Administração do Dr. Gonçalo Henriques, apenas “espatifaram” 1,9 milhões de euros, grande parte deste valor num esforço financeiro com o intuito de evitar a descida de divisão.
  • Sucede que, nessa mesma data, a Marítimo da Madeira Futebol SAD ainda tinha a receber os seguintes montantes:
    • 750 mil euros no âmbito da transferência do jogador Pepe;
    • 800 mil euros (mais juros) no âmbito da transferência do jogador Fransérgio; e,
    • 1,8 milhões de euros no âmbito da transferência dos jogadores Mosquera e Vidigal,

Ou seja, um valor superior ao alegadamente “espatifado” pela actual Administração.

  • Neste sentido, e respondendo ao “alarme” lançado pelo Dr. Gonçalo Henriques, esclarece-se que, definitivamente saldadas as dívidas deixadas pela Administração da qual o mesmo fez parte, a caixa da Marítimo da Madeira Futebol SAD está de boa saúde e recomenda-se.
  • Aliás, se assim não fosse, nos exercícios de 2021/2022 e 2022/2023, a mesma não teria registado resultados líquidos positivos acumulados no montante de 1 milhão de euros.

A finalizar, o Conselho de Administração da Marítimo da Madeira Futebol SAD gostaria de deixar claro que respeita e compreende o saudosismo, eivado de amnésia, daqueles que desejam um eventual regresso a um passado pautado por um “cofre cheio” de dinheiro e por muitas contas por pagar.

No entanto, face às suas funções legais e estatutárias, o mesmo não pode permitir que a verdade dos factos seja adulterada e manipulada, bem como que declarações falsas, difamatórias e altamente lesivas dos interesses da Marítimo da Madeira Futebol SAD fiquem sem a resposta e os esclarecimentos devidos.

Funchal, 14 de outubro de 2023.

O Conselho de Administração da Marítimo da Madeira Futebol SAD