O Marítimo esteve em vantagem, após golo fenomenal de Vidigal, e sofreu o empate aos 50 minutos da primeira-parte, quando Gustavo Correia havia concedido 2 minutos.
José Gomes regressou ao banco do Maior das Ilhas em Vila do Conde. Jogo especial para o técnico verde-rubro, ele que protagonizou uma recuperação notável ao leme dos verde-rubros quando assumiu o comando em 2019/2020. O Marítimo apresentou-se com Mosquera no “onze”, em dupla com Zainadine, o homem que envergou a braçadeira de capitão. Na frente, Percy Liza com a companhia de Pablo Moreno e as alas entregues a Xadas e a Vidigal. No meio, João Afonso e Rafael Brito.
Os insulares iniciaram a partida com Vidigal a ganhar o primeiro pontapé-de-canto logo no minuto inicial. O Rio Ave ripostou e assustou Miguel Silva, com o guardião a interpretar os intentos dos atacantes adversários e a evitar males maiores. Logo depois, Hernâni driblou Vítor Costa e atirou ao lado do poste direito da baliza insular.
Os primeiros 15 minutos esgotaram-se sob o signo de um anfitrião mais pressionante, mas sem criar grandes problemas ao último reduto maritimista. E foi o Marítimo a estar muito perto do golo inaugural. Xadas, ao seu estilo, ganhou espaço no miolo e atirou um míssil que deflagrou na barra da baliza do Rio Ave. Merecia a felicidade o esquerdino do Marítimo. Notável momento de futebol em Vila do Conde. O Leão do Almirante Reis a mostrar as garras.
Xadas, de novo Xadas. Aos 20 minutos, Vidigal, Moreno e Xadas destroçaram as linhas adversárias e o virtuoso esquerdino atirou a rasar o poste direito de Jhonatan. Leão faminto. Pouco depois, Pablo Moreno falhou o alvo por centímetros, após insistência de Vidigal. 22 minutos, três investidas de um Leão feroz, mas infeliz na finalização. Rio Ave em sentido no 50º jogo de José Gomes na I Liga Portuguesa.
O Rio Ave voltou a ameaçar através de bola parada. Após canto, Vitor Costa incomodou Pantalon e frustrou os intentos vilacondenses. Perigo para as redes de Miguel Silva, depois de largos minutos sem que o anfitrião se acercasse das redes madeirenses.
Ventania em Vila do Conde. Bons auspícios, portanto. Pairava sobre o relvado do Rio Ave o espírito do primeiro presidente do Club Sport Marítimo, Joaquim Pontes, cuja alcunha era “ventania”. E foi com um pontapé de vendaval que Vidigal fuzilou as redes vilacondenses. Canto para o Marítimo, a bola sobra para a entrada da área e Vidigal, ardiloso, esquiva-se a um adversário e faz arder a baliza de Jhonatan. Marítimo em vantagem aos 38 minutos. Golaço do extremo português.
Em desvantagem, a equipa de Luís Freire atemorizou o Marítimo na sequência de um canto, mas Miguel Silva voou para manter inviolada a sua baliza. Grande defesa de um grande guardião. Mas o Rio Ave marcou aos 50minutos da primeira parte, por Aderlan, quando Gustavo Correia havia concedido 2 minutos de compensação. Não pára, diz a Liga Portugal. Não pára até quando, Liga Portugal? Inacreditável. Uma vez mais, o Marítimo foi prejudicado por “critérios” soberanos. Cícero, o tribuno romano, imortalizou-se com um discurso dirigido a Catilina. Hoje, Cícero perguntaria: “Até quando, Catiliga, vais abusar da nossa paciência?”
A equipa orientada por José Gomes regressou ao relvado sem alterações na sua estrutura. Miguel Silva impediu a vantagem do Rio Ave aos 48 minutos, quando Fábio Ronaldo surgiu sem oposição já no interior da área. Melhor o Rio Ave no reinício da partida, catapultados pela benesse concedida por Gustavo Correia que permitiu a extensão da primeira-parte até ao absurdo do #nãopára.
Percy Liza, aos 53 minutos, ensaiou a acrobacia, mas o remate saiu por cima. Aos 54, João Afonso viu o primeiro cartão amarelo do jogo, ao travar Costinha, lateral que já havia galgado metros no meio-campo defensivo do Marítimo. Os insulares retaliaram com um contra-ataque conduzido por Vidigal, mas o extremo não conseguiu isolar-se. Muito boa a recuperação vilacondense, fechando a porta a Vidigal. Jogo sem grandes incidências até aos 68 minutos, momento em que o Rio Ave testou a meia-distância, com Miguel Silva, de novo, a rechaçar.
José Gomes mexeu na equipa à passagem dos 70 minutos. Beltrtame voltou à competião e rendeu João Afonso, médio condicionado pelo cartão amarelo. O espanhol Miguel Baeza, protagonista do remate exterior que Miguel Silva susteve, voltou a estar em evidência ao invadir a área verde-rubra, mas a defensiva maritimista conseguiu resolver.
Joel Tagueu e Kanu substituíram Percy Liza e Pablo Moreno – grande jogo – aos 75 minutos. Estreia na Liga Bwin para Kanu, jovem nigeriano que tem vindo a realizar grandes exibições na equipa B verde-rubra. Primeira intervenção de Kanu, cruzamento, a defesa do Rio Ave afastou e concedeu lançamento lateral. Na sequência, Winck sofreu falta perto da bandeirola de canto. Beltrame executou com primor e Kanu falhou o cabeceamento.
José Gomes lançou o Capitão Edgar Costa e Matheus Costa para os lugares de Xadas e de Rafael Brito, já em cima dos 90 minutos regulamentares. Gustavo Correia concedeu 6 minutos de compensação. Aos 92, Kanu sofreu falta dura de Aderlan Santos, central reincidente nas “mordidas” aos atacantes madeirenses. [Nada que se compare ao golpe de Samaris, na primeira parte, ao pisar o tornozelo de Vidigal. Ficou um vermelho por mostrar. Ou melhor, ficou um cartão por mostrar, já que Gustavo Correia nem sequer exibiu um amarelo.] E o Rio Ave voltou a marcar o golo da vitória já depois dos 6 minutos de compensação, após pontapé-livre. No entanto, fora-de-jogo claro. Enfim, justiça. O Marítimo termina o ano com um empate em Vila do Conde.
O LEÃO DO ALMIRANTE REIS NUNCA SE VERGARÁ.
Feliz Natal, Legião verde-rubra.